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CARNAVAL 2016

TRADIÇÃO NA MÍDIA

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Vinil do primeiro samba-enredo da Tradição


Fundada em 1 de outubro de 1984, com o nome de Sociedade Cultural e Recreativa Portela Tradição, a agremiação surgiu de um movimento de dissidência na Portela, ocasião em que despontou como principal nome Nésio Nascimento, filho do saudoso Natal. Nésio, Vilma Nascimento (considerada a melhor porta bandeira de todos os tempos), Léa, Odiléa, Tureca, Mazinho, João Nogueira (considerado o melhor sambista da história), e Paulo César Pinheiro foram os fundadores.


Tudo aconteceu em 1984, quando sete alas foram eliminadas da Portela pelo então Presidente Carlinhos Maracanã no desfile do enredo “Contos de Areia”, último título portelense até hoje. Os diretores da escola de Natal, Paulo Tavares, Mauro Tinoco, Sérgio Aiub, César Augusto Ferreira, Vera Lúcia Correa e Jorge Paes Leme acabaram também se juntando à nova escola que surgia, bem como outras figuras importantes: Tia Vicentina (irmã de Natal) e Marlene (filha de Nozinho). Nésio procurou então Maria Augusta e a convidou para assumir o departamento de carnaval. Ela sugeriu que se reunisse um grupo de artistas plásticos (inclusive a própria) para fazerem o carnaval da escola, o que ocorreu. Os carnavalescos escolhidos, e, que participaram em conjunto até 1988, foram Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, Paulino Espírito Santo, Edmundo Braga, Viriato Ferreira e Maria Augusta, tendo como assistente o mineiro João Rosendo. Este foi o responsável pelo carnaval de 1989.


Vilma Nascimento ganha Estandarte de Ouro em 1989.
Fonte: extra.globo

Devido a vários contratempos e processos judiciais, o nome Portela Tradição foi mudado para S.C.R. Amor e Tradição, sugestão de João Nogueira. Finalmente, após uma reunião histórica, a agremiação foi batizada com o nome de G.R.E.S Tradição, nome este usado já no primeiro desfile da escola, em 1985.

Nésio convidou vários compositores famosos para a composição do samba-de-enredo da escola, mas os únicos que aceitaram foram Paulo César Pinheiro e João Nogueira, que, em 1984, tinham um samba já gravado chamado Xingu, que acabou sendo o tema-enredo. A escola ficou sem ala de compositores até o carnaval de 1989, sendo então, os dois compositores responsáveis pelas produções musicais. Para o carnaval de 1990 foi criada a ala dos compositores.


Social CLube Marabu

A primeira quadra da Tradição foi a do Social Clube Marabu, na Piedade. Posteriormente, a escola se mudou para a atual quadra em Campinho, onde no início o chão da quadra era de terra e a cobertura era uma lona. Apesar das condições precárias, nessa época a quadra apresentava lotação quase máximo e até mesmo a locomoção aos bares e banheiros era uma tarefa árdua, mediante o público presente.

Num dos poucos incidentes já ocorridos na quadra, o teto recém construído desabou ferindo vários presentes. Como já é característico da escola, deram a volta por cima, e hoje a quadra da Tradição, além de bem localizada e com uma bela infra-estrutura, é uma das maiores do Rio de Janeiro. Isso é prova da raça da Tradição. Raça de seus componentes e de seus admiradores.


Atual quadra da Tradição

A Tradição foi a Escola de Samba de trajetória mais rápida (este feito faz parte da história do carnaval), em face de ter sido campeã por três anos consecutivos, passando, num piscar de olhos, do quarto para o primeiro grupo (atualmente Grupo Especial). Em seus 26 anos de história, a Tradição vivenciou bons e maus momentos. Em 1994 chegou a desfilar no Sábado das Campeãs com o enredo “Passarinho, Passarola, Quero Ver Voar!”, quando conquistou a sexta posição do Grupo Especial, seu melhor resultado até hoje. Em 2001, foi o ano que mais atraiu a atenção do público, pois a escola homenageou o apresentador de TV e empresário Silvio Santos, trazendo de quebra, para o desfile, figuras famosas do SBT, como o locutor Lombardi, Hebe Camargo, Gugu Liberato, entre outros. 


Silvio Santos desfilando pela Tradição em 2001

O samba do enredo “Hoje é domingo, é alegria. Vamos sorrir e cantar” foi tocado durante os intervalos da programação do SBT, nos meses anteriores ao Carnaval e não deu outra, o samba caiu no gosto popular e é considerado por muitos, até hoje, o samba-enredo mais famoso da história do carnaval carioca.


Abre-alas em 2004, em homenagem a Portela.

Em 2004, a Tradição reeditou o samba enredo de 1984 da Portela, “Contos de Areia”, o que tornou esse um momento histórico do carnaval, pois a caçulinha guerreira (carinhoso apelido dado a Tradição) cortada do carnaval de 84 pôde, enfim, depois de 20 anos, desfilar com o saudoso enredo. Além disto, a Tradição surpreendeu prestando homenagem à escola na qual se originou, ao colocar no carro abre-alas o nome da Portela. Somente no segundo carro alegórico veio a inscrição "Tradição".

Em 2005, porém, a Tradição foi rebaixada ao Grupo de acesso, com o enredo elaborado pelo carnavalesco Mário Borrielo ("De sol a sol, de sol a soja, um negócio da China!") e em 2007, quando reeditou o conhecido samba de 1994, não conseguiu repetir o bom resultado, sendo rebaixada novamente, desta vez para o Grupo de acesso B.

Com esse rebaixamento, a escola fez alguns cortes, entre eles a de Danielle Nascimento, filha de Vilma Nascimento e primeira porta bandeira da Tradição desde o inicio dos anos 90. Essa decisão fez com que Vilma Nascimento de afastasse da escola, voltando, e levando Danielle, para a Portela. Ambas porém, revelaram que até hoje, seus corações são da Tradição.


Tradição em 2009.
Foto: Felipe Valença

Em 2008, falando sobre sua história, a Tradição não consegue retornar para o grupo de acesso A, ficando na 7ª posição apenas. Em 2009, o auge da crise, a Tradição não teve tempo de terminar suas alegorias por completo e a falta de dinheiro ficou eminente, com fantasias extremamente simples e com o número de componentes extremamente reduzido, os diretores da escola esperavam o pior, porém a Tradição ficou em 9º lugar, permanecendo no acesso B.

Em 2010 a escola decidiu ressurgir das cinzas e fez uma reedição do histórico desfile de 1986, “Rei Sinhô, rei Zumbi, rei Nagô”, com samba de João Nogueira. A evolução da escola foi a surpresa da noite, carros bem acabados, várias alegorias, boas fantasias e com sua comunidade de volta ao chão da Sapucaí, a Tradição fez um desfile de lavar a alma, porém não foi o suficiente e ficou novamente em 7º lugar.

Condor da Tradição em 2011

Em 2011 a Tradição veio mais madura e provando que realmente deixou para trás vários erros do passado. A escola veio sorridente, cantando um sambaço inédito (vencedor do melhor samba do grupo B pelo sambanet e considerado um dos melhores de todo o carnaval carioca em 2011). O condor (símbolo máximo da escola) esteve em sua melhor caracterização, com direito a chuva de papel prata pelo céu e chapéu de cangaceiro, afinal, o tema era Juazeiro do Norte. Fantasias luxuosas e bateria impecável, a Tradição foi uma das favoritas a subir pelo público para o grupo de acesso A, com um desfile considerado o melhor desde 2004, porém, seu constante crescimento não refletiu nos resultados e ela continuou em 7º lugar.

Hoje a escola vive um momento de auto-afirmação, onde a busca por uma identidade própria e uma maior identificação com o público fazem parte do dia-a-dia de seus Diretores e componentes. A Tradição é uma das poucas lendárias escolas do carnaval do Rio de Janeiro. Ela já viveu os dois extremos que uma escola desse porte pode conseguir, hoje ela continua escrevendo cada palavra de sua história, voltando a respirar novos ares, experimentando novos vôos, semeando novos frutos e conquistando uma nova geração. A Tradição sempre foi uma escola muito guerreira, possuindo um pássaro guerreiro, o que voa mais alto entre todos. Os sonhos de Natal não foram abandonados, podem ter certeza disso e para 2012, a luta continua. Isto sim é a Tradição!










Fontes de apoio: apoteose.com, página da Tradição no wikipedia e mafra (fã da tradição).


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